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Paris, 02 jun (Lusa) – A Cívica, associação de lusoeleitos de França, lançou hoje uma campanha para o recenseamento eleitoral tendo em vista as presidenciais portuguesas de 2011, afirmou à Agência Lusa um responsável da organização.
Paulo Marques, presidente da Cívica, explicou que se trata de “uma campanha de cidadania destinada a sensibilizar os portugueses para se inscreverem nas listas eleitorais para participarem nas eleições presidenciais de 2011, até 60 dias antes do acto eleitoral”.
“Entre a incompreensão dos processos eleitorais, a falta de informação, o desaparecimento de cidadãos nos cadernos eleitorais e a não inscrição automática dos utentes consulares nos cadernos eleitorais, já lá vão anos sem que algum governo se tenha responsabilizado e feito um trabalho sério sobre a matéria democrática e cívica dos portugueses do estrangeiro”, declarou à Lusa o presidente e fundador da Cívica.
“Apesar de residirem no estrangeiro cerca de cinco milhões de portugueses e luso descendentes, apenas uma escassa minoria está inscrita nas listas eleitorais portuguesas”, constatam os responsáveis da Cívica.
“Não obstante os diversos alertas sobre esta situação ninguém se preocupa da cura desta chaga e os trabalhos parlamentares sobre a questão são quase nulos”, acusa também Paulo Marques ao lançar a campanha de sensibilização.
“Sem participação cívica, os lusos de origem portuguesa afastam-se de Portugal. Isto sim, é inevitável”, afirma ainda Paulo Marques.
“Enquanto as inscrições dos portugueses residentes no estrangeiro têm aumentado gradualmente (em França um aumento de 20 por cento anualmente), provando a sua capacidade ‘política’, os números de inscritos nos consulados tendem a diminuir gravemente”, sublinha o responsável associativo.
“Tal situação deveria preocupar qualquer governante. Pelo menos nos países de bom senso tal é a realidade, e nós que fazemos política em França sabemos do que falamos”, diz Paulo Marques.
A Associação Cívica, sem fins lucrativos, reagrupa os autarcas e presidentes de câmaras municipais portugueses ou de origem portuguesa em toda a França, com mais de 1500 contactos regulares com autarcas portugueses e luso-franceses. A associação comemora este ano o seu décimo aniversário.
Cinco membros da Cívica pertencem à Comissão da Participação Cívica e Politica do Conselho das Comunidades Portuguesas. A Comissão apresentará as propostas do modelo de eleições na diáspora, em Lisboa, nos dias 08 e 09 de julho de 2010.
PRM
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Lisboa, 06 mai (Lusa) - Os conselheiros das comunidades portuguesas em França divulgaram hoje uma carta aberta endereçada ao primeiro ministro, José Sócrates, pedindo a não alienação do prédio do antigo do consulado de Nogent sur Marne.
O documento surge antes da viagem do primeiro ministro português a França, onde deverá reunir-se sexta feira com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, por ocasião da cimeira luso-francesa e antes da cimeira de líderes da zona euro em Bruxelas.
“Em primeiro lugar, a não alienação do edifício do ex-Consulado de Portugal em Nogent sur Marne é essencial, tanto pelo forte valor simbólico, afetivo e histórico, que o mesmo tem para a Comunidade, como ainda pelo facto que a sua eventual alienação seria um sinal deveras negativo dado pelo atual Governo como não cumprindo a promessa feita à comunidade pelo anterior Governo que V. Exa. dirigia aquando do controverso processo da reforma consular”, diz a carta.
Paulo Marques, um sete dos conselheiros que assinaram o documento, declarou à Agência Lusa que após a reestruturação consular realizada pelo Governo, foi solicitado “que não se vendesse os bens de Portugal em França, mas que estes fossem utilizados para projetar a imagem de Portugal, para poder ter uma visibilidade ainda maior utilizando estes espaços, que já são património português”.
“Achamos que esse espaço deveria ser um espaço para as novas realidades associativas, nomeadamente reunindo os empresários de origem portuguesa, os autarcas de origem portuguesa, o movimento associativo e federativo dos portugueses residentes em França”, sublinhou ainda o conselheiro em França.
Para Paulo Marques, “o edifício pode ser muito bem utilizado, dando uma imagem diferente, real de Portugal, se for obviamente decidido colocar este espaço à disposição do movimento associativo da comunidade portuguesa residente em França”.
“Pode ser uma mais valia para Portugal, possibilitando o intercâmbio de empresários e autarcas, sendo um pólo bastante pragmático, não esquecendo a vertente cultural e social”, referiu ainda.
“E, do ponto de vista económico, a sua requalificação (do prédio do antigo consulado de Nongent sur Marne) é sustentável sem que para tal seja necessário recorrer a orçamento adicional. Com efeito, o produto da venda do edifício do ex-consulado de Portugal em Versalhes excederá os custos inerentes às obras de requalificação do futuro espaço”, indica a carta aberta.
Os conselheiros em França estarão presentes no consulado de Paris durante a visita que José Sócrates fará ao espaço e aproveitarão a oportunidade para abordar este assunto com o primeiro ministro português.
CSR.
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