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Paroles d'Elus
Artigo de opinião para o Jornal Mundo Português e Jornal Portugal Post<?XML:NAMESPACE PREFIX = NOXML /><NOXML:NAMESPACE prefix="o" ns="urn:schemas-microsoft-com:office:office"></NOXML:NAMESPACE><?XML:NAMESPACE PREFIX = O /><O:P></O:P><O:P> </O:P>Porque razão Paulo Pisco atacou o Presidente do Conselho das Comunidades?<O:P></O:P><O:P> </O:P><O:P> </O:P>Li com muita atenção o artigo de opinião da autoria de Paulo Pisco, Director do Departamento das Comunidades do Partido Socialista, publicado na edição de 21 de Julho, do jornal Mundo Português, e na edição de Julho do Jornal Portugal Post, intitulado, O Conselho das Comunidades Portuguesas virado contra si próprio.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Paulo Pisco considerou ridículo o facto do Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas ter difundido uma mensagem por ocasião do 10 de Junho. Diz que foi excesso de protagonismo. O ex-Deputado tem andado distraído ao ponto de nem se ter apercebido ainda que todos os anos, é prática corrente o Presidente do Conselho enviar uma mensagem numa das datas que mais devem marcar as Comunidades.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Diz também que o 10 de Junho tem os seus protagonistas normais designadamente o Presidente da República e o Secretário de Estado das Comunidades. Esquece o articulista que o dia 10 de Junho é também o Dia das Comunidades Portuguesas e que nada mais natural que o órgão que foi eleito por sufrágio universal pelas próprias Comunidades, aproveite essa data para lembrar os cerca de cinco milhões de Portugueses que residem nos quatro cantos do mundo.<O:P></O:P><O:P> </O:P>É oportuno lembrar a Paulo Pisco que as Comunidades têm tido falta de protagonismo. Por isso mesmo, o que me parece ridículo é que um militante de um partido político prefira um CCP mudo e venha acusar de protagonismo quando as Comunidades expressam as suas opiniões. Caso Paulo Pisco não saiba mas tinha obrigação de o saber os Conselheiros das Comunidades foram eleitos para expressarem as suas opiniões e não para se calarem.<O:P></O:P><O:P> </O:P>No seu texto, Paulo Pisco critica severamente o Presidente do CCP por ter declarado publicamente que Freitas do Amaral foi um mau Ministro para as Comunidades Portuguesas, acusando-o de ter extrapolado as suas funções. Quererá com isto dizer, Paulo Pisco, que Freitas do Amaral foi um bom Ministro para as Comunidades?<O:P></O:P><O:P> </O:P>Durante as suas funções, Freitas do Amaral foi uma vez ao Plenário do CCP onde fez um curto discurso de circunstância e demorou mais de um ano para receber uma delegação de Conselheiros. Recebeu-nos quando já sabia que no dia seguinte ia pedir a sua demissão do Governo, mas mesmo assim seria brincadeira? agendou reuniões todos os seis meses com o Conselho e mandou o Secretário de Estado fazer consultas (que aliás nunca chegaram).<O:P></O:P><O:P> </O:P>Durante o seu mandato, o Ministro dos Negócios Estrangeiros não mostrou nenhuma sensibilidade para as questões relacionadas com as Comunidades Portuguesas: afirmou várias vezes que queria encerrar postos consulares em França, Alemanha e Brasil; não resolveu o diferendo que o Ministério tem com o Sindicato dos Trabalhadores Consulares; nunca abriu concurso para admissão de novos funcionários para preencher vagas existentes em vários países; suprimiu incompreensivelmente Conselheiros Sociais nas Embaixadas de Portugal no Brasil, Canadá, Holanda, Bélgica,... Necessitará Paulo Pisco de mais exemplos?<O:P></O:P><O:P> </O:P>Ouso esperar que também Paulo Pisco enquanto responsável pelo Departamento das Comunidades do PS e enquanto ex-Deputado pelo círculo eleitoral da Emigração/Europa considera que Freitas do Amaral foi um mau Ministro para as Comunidades. Basta que consulte as bases do seu próprio partido para verificar que esta opinião é unânime. Mas também compreendo que, por interesse partidário (só por isso), preferisse que o Presidente do Conselho das Comunidades estivesse calado.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Para ficar de boa consciência, o articulista fala de instrumentalização partidária discurso fácil de quem faz política por intermitência, porque aqueles que acompanham regularmente a vida do Conselho das Comunidades já compreenderam que o órgão é despartidarizado e que o nosso partido são as Comunidades. Os Conselheiros não vêem a emigração a partir de Lisboa (como faz Paulo Pisco) porque fazem parte das Comunidades. Mesmo os Conselheiros que têm militância partidária também os há, claro contrariamente a Paulo Pisco, quando se sentam à mesa do Conselho, assumem abertamente os problemas com que nos debatemos.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Aliás, quando este Conselho acusava a política cega de encerramento de postos consulares do ex-Secretário de Estado José Cesário, Paulo Pisco não veio a terreiro considerar que a nossa acção era partidarizada...<O:P></O:P><O:P> </O:P>Mas Paulo Pisco deixa transparecer no 6° parágrafo do seu texto as suas reais preocupações quando diz que ouviu as declarações do Presidente do CCP na rádio TSF. Com mais um pouco de esforço, Paulo Pisco teria também lido declarações nos jornais Público, Expresso, Correio da Manhã,... ouvido na Antena 1, na Rádio Comercial... e visto na Sic e na RTP1.<O:P></O:P><O:P> </O:P>É que pouco a pouco, o Conselho das Comunidades tem conseguido fazer passar as suas mensagens na imprensa nacional em Portugal (chamem-lhe protagonismo). Sabemos todos que Paulo Pisco estava habituado a ver os Conselheiros a falar apenas para si próprios, através dos órgãos de comunicação das próprias Comunidades. Aceitava a ideia de que os Portugueses que residem no estrangeiro deviam continuar invisíveis para Portugal. Mas vai ter de mudar de opinião.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Também deve ser da opinião que só se deve mostrar em Portugal os Emigrantes de sucesso, aqueles que (felizmente) fizeram fortunas, como que se vivéssemos todos num mundo maravilhoso, onde tudo é bonito; que apenas devíamos mostrar que as empresas Portuguesas vão construir estádios de Futebol na África do Sul, sem dizer que Portugal não envia um único professor de língua portuguesa para os Estados Unidos. Na opinião de Paulo Pisco, quando o Presidente do Conselho das Comunidades diz na imprensa que o Governo não tem uma política clara para as Comunidades Portuguesas, que o ensino da língua e da cultura portuguesa no estrangeiro tem ido de mal a pior, que os serviços consulares são cada vez mais insuficientes e deficientes, está a extrapolar as suas funções, está a ter um efeito perverso na imagem e eficácia do órgão...<O:P></O:P><O:P> </O:P>Então para que teriam sido eleitos os Conselheiros? Paulo Pisco gostava de ter um órgão de consulta que estivesse sempre de acordo com o Governo?<O:P></O:P><O:P> </O:P>O dirigente socialista estava no pior dos seus dias quando escreveu o artigo de opinião que foi publicado nos jornais. Já o conheci em melhores dias. Evocou até as actividades profissionais do Presidente do CCP, como se este não tivesse de ter profissão para ganhar a vida honradamente, ou fosse funcionário de um partido político como o autor do texto. Desceu bem baixo o ex-Deputado!<O:P></O:P><O:P> </O:P>Aqueles que me conhecem, sabem que continuarei a desempenhar, com consciência, as funções para as quais fui democraticamente eleito. Continuarei a ter a preocupação de transmitir a opinião dos meus colegas Conselheiros quando falo em nome do órgão, e a minha última das preocupações será a de agradar a Paulo Pisco ou aos dirigentes deste ou daquele partido.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Pena que Paulo Pisco não utilise as suas energias e as suas influências no partido, para convencer os membros do Governo que tutelam o Conselho das Comunidades, a consultá-lo (pelo menos isso). Saberá Paulo Pisco que, desde que este Governo está no poder, o Conselho das Comunidades Portuguesas apenas foi consultado uma vez (e sobre a alteração da sua própria Lei)? Paulo Pisco tem pois muito onde se ocupar. O PS merecia melhor. As Comunidades também.<O:P></O:P><O:P> </O:P>Carlos Pereira<O:P></O:P>Presidente do Conselho Permanente<O:P></O:P>Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP)<O:P></O:P>
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