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Jose Manuel Barroso enflamme l'Hémicycle (FR et PT)
ASSEMBLÉE L'intervention du président de la Commission européenne a divisé les députés. Il a invité la France à ne pas se prendre pour le «malade imaginaire».
JOSé MANUEL BARROSO a fait preuve hier (25.01.06) d'une remarquable pugnacité pour défendre, dans l'hémicycle de l'Assemblée, «l'Europe des projets», «une Europe qui gagne». En présence de plusieurs ministres français et du seul commissaire français à Bruxelles, Jacques Barrot, le président de la Commission européenne s'est exprimé dans un français remarquable, et n'a pas hésité à moucher les présidents des groupes de gauche, Alain Bocquet (PCF) et Jean-Marc Ayrault (PS). A ce dernier, qui l'a accusé de placer l'Europe au «pain sec de l'idéologie unique, celui du tout libéral», il a rétorqué : «Il y a eu à l'égard de la Commission et de moi-même une véritable caricature», se faisant un malin plaisir de citer les noms de commissaires socialistes allemand, espagnol et tchèque.
«Il les as cloués !»
«S'il y avait un gouvernement communiste en Europe, je recevrais volontiers son représentant, mais il n'y en a pas !», a ajouté, cinglant, Barroso, sous un tonnerre d'applaudissements à droite et les huées de la gauche. Dans un brouhaha indescriptible, Alain Bocquet l'a ensuite accusé de «fléchir devant le grand patronat». L'ancien premier ministre portugais s'est alors taillé un franc succès dans les rangs UMP et UDF en lançant : «Ce n'est pas avec un discours contre les entreprises que vous allez créer plus d'emplois !»
Avec une voix forte mais posée, toujours souriant, Barroso a rappelé que le projet de directive Bolkestein sur les services, dont la gauche française réclame le retrait, «a été présenté par la commission Prodi (NDLR : du nom de son prédécesseur de centre gauche)». Une précision destinée à souligner l'incohérence des députés PS français, qui se sont alignés hier sur les positions anti-européennes du PCF, après avoir, sous le gouvernement Jospin, donné leur feu vert à la libéralisation des transports ou de l'énergie.
Barroso a expliqué que la Commission «attend démocratiquement» l'issue des débats au Parlement européen sur la directive Bolkestein, prévus à partir du 14 février. «Nous voulons améliorer la directive avec le Parlement européen. Il faut trouver une solution équilibrée qui ne mette pas en cause nos acquis sociaux, notamment le respect du droit du travail du pays hôte», a insisté le président de la Commission. Ce dernier considère néanmoins qu'«il faut avoir le courage de moderniser l'économie européenne (...) si l'Europe veut gagner la bataille de la compétitivité». Barroso a par ailleurs souligné que la libéralisation des services ne concerne pas les «services d'intérêt économique général», selon le vocabulaire utilisé à Bruxelles pour désigner les services publics.
Barroso a surtout vanté «l'extraordinaire capacité de rebond» de la France, estimant que le rejet du traité européen par les Français «ne doit pas être une excuse pour la paralysie». Vantant les «éclatantes réussites mondiales qui doivent tant à l'initiative française, comme Airbus ou Ariane», le président de la Commission a ironisé : «Je lis ici ou là, dans vos journaux, que la France serait atteinte d'une mélancolie, je vois même le terme malaise. Je me demande si le pays de Molière ne céderait pas à la tentation du malade imaginaire !»
Barroso s'est dit «convaincu que le soutien de l'opinion en faveur de la modernisation des institutions (...) viendra en son temps, une fois la confiance restaurée» grâce à «une nouvelle dynamique politique». Mais en juin prochain, à la fin de la présidence autrichienne, «nous ne serons pas encore prêts pour dégager un consensus institutionnel européen».
A l'issue de la séance, Jean-Louis Debré semblait conquis : «On n'a jamais autant et aussi bien parlé de l'Europe. Le dialogue a été direct, vif, incisif. Certains attendaient un technocrate, ils ont eu un vrai politique. Il les a cloués !»
FONTE : '[www.lefigaro.fr]'Em Português
JOSé MANUAL BARROSO tem demonstrado ontem (25.01.06) notável pugnacidade para defender, no hemiciclo da Assembleia, "a Europa dos projectos", "uma Europa que ganha". Na presença de vários ministros franceses e o único Comissário francês em Bruxelas, Jacques Barrot, o presidente da Comissão europeia exprimiu-se num francês notável, e não hesitou a afirmar-se aos presidentes dos grupos de esquerda, Alain Bocquet (PCF) e Jean- Marc Ayrault (PS). À este último, que acusou-o de colocar a Europa ao "pão seco da ideologia única, o todo liberal", respondeu: "houve em relação à Comissão e a mim uma verdadeira caricatura", que faz-se um prazer de citar os nomes de Comissários socialistas alemães, espanhóis e checos."pregou-os!""se houvesse um governo comunista na Europa, receberia de boa vontade o seu representante, mas lá não tem!", acrescentou, fustigando, Barroso, sob um trovão de aplausos à direita e huées da esquerda. Numa "barafunda" indescriptivel, Alain Bocquet acusou-o seguidamente de "dobrar na frente do grande patronato". O antigo primeiro ministro português então encontrou um franco sucesso nas filas UMP e UDF lançando: "não é com um discurso contra as empresas que vai criar mais empregos!" Com uma voz forte mas posta, sempre sorrindo, Barroso recordou que o projecto de directiva Bolkestein sobre os serviços, cuja esquerda francesa reclama a retirada, "foi apresentado pela comissão Prodi (ANOTAÇÃO: do nome do seu antecessor de centro esquerdo)". Uma precisão destinada a sublinhar a incoerência dos deputados PS franceses, que se têm alinhado ontem pelas posições antieuropéias do PCF, após, sob o governo Jospin, ter dado a sua luz verde à liberalização dos transportes ou a energia.Barroso explicou que a Comissão "espera democraticamente" a saída dos debates ao Parlamento Europeu sobre a directiva Bolkestein, previstos a partir do 14 de Fevereiro. "Queremos melhorar a directiva com o Parlamento Europeu." É necessário encontrar uma solução equilibrada que não ponha em causa os nossos acervos sociais, nomeadamente o respeito do direito do trabalho do país hóspede ", insistiu o presidente da Comissão." Este último considera no entanto que "é necessário ter a coragem de modernizar a economia europeia (...) se a Europa quer ganhar a batalha da competitividade". Barroso além disso sublinhou que a liberalização dos serviços não se refere aos "serviços de interesse económico geral", de acordo com o vocabulário utilizado em Bruxelas para designar os serviços públicos. Barroso sobretudo elogiou "a extraordinária capacidade de salto" da França, considerando que a rejeição do tratado europeu pelos Franceses "não deve ser uma desculpa para a paralisia". Elogiando "incontestáveis os sucessos mundiais que devem tanto à iniciativa francesa, como Airbus ou Ariane", o presidente da Comissão ironisa : "Leio aqui ou lá, nos vossos jornais, que a França é atingida de uma melancolia, vi mesmo o termo indisposição." Interrogo-me se o país de Molière não rende a tentação do doente imaginário!"" Barroso disse-se "convencido que o apoio da opinião em prol da modernização das instituições (...) virá no seu tempo, uma vez a confiança restaurada" graças "uma nova dinâmica política". Mas em Junho próximo, no fim da presidência austríaca, "não seremos ainda prontos para libertar um consenso institucional europeu". À saída da sessão, Jean- Louis Debré parecia conquistado: "Nunca se falou tanto e tão bem da Europa." O diálogo foi directo, vivo, incisivo. Alguns esperavam um tecnocrata, tiveram um verdadeiro política. Pregou-os!""Jornal Francês Le figaro
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