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EUA/Eleições: Comunidade portuguesa envolvida nas eleições
Lisboa, 31 Out (Lusa) -
A comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos está muito envolvida nas eleições presidenciais norte-americanas e, nos últimos tempos, milhares de luso-descendentes recensearam-se para poderem votar, adiantaram os conselheiros das Comunidades Portuguesas naquele país.
"Temos muita gente que já participa activamente nas campanhas. Há nesta eleição um grande interesse", disse à Agência Lusa o conselheiro Elmano Costa, de 52 anos.
Lamentando que muitos portugueses ainda "não participem por não serem cidadãos norte-americanos", este professor universitário residente na Califórnia sublinha que "está a ver-se uma grande mudança na comunidade, muitos estão a tornar-se cidadãos norte-americanos e a recensearem-se".
Para Elmano Costa, que vive nos Estados Unidos há 42 anos e votou Barack Obama nas Primárias, "votar é o fim da campanha" porque "há muitas outras formas de participar, designadamente dando fundos".
"Há também alguns que participam directamente andando de porta em porta a dar informações ou telefonando para as pessoas para chamar a atenção para determinado candidato", afirmou.
Questionado sobre as tendências políticas dos portugueses, Elmano Costa disse que são muito extremas porque estão "absolutamente de um lado ou do outro".
"Os que têm dinheiro e negócios são republicanos a sério e os que trabalham em fábricas são democratas a sério", disse.
A questão do Iraque, um sistema de saúde e a crise financeira são os problemas que, segundo o conselheiro, a comunidade portuguesa gostava que o novo Presidente resolvesse.
O conselheiro Claudionor Salomão, de 69 anos e residente em Boston, também afirmou que os portugueses naquela região estão "bastante envolvidos" nas campanhas.
"Dão apoio a determinado candidato do seu agrado. Há pessoas que estão mais envolvidas no financiamento porque as eleições exigem muito capital. Dentro das suas possibilidades, o cidadão menos abastado também ajuda na organização de jantares e encontros para angariar fundos", afirmou o conselheiro que reside há 40 anos nos Estados Unidos e que vai votar Obama.
Também em Massachusetts, José Luís Pacheco, de 64 anos, garantiu que a comunidade está a participar nas campanhas eleitorais e sublinhou que "há milhares e milhares de portugueses a naturalizar-se, não só para terem direito ao voto, mas também para se integrarem na vida política".
A residir há 45 anos nos Estados Unidos, o conselheiro assegurou que a comunidade portuguesa "acredita que Obama vai ser o futuro Presidente dos Estados Unidos".
"Estamos cansados do Partido Republicano. Necessitamos de uma mudança e tenho para mim que o futuro Presidente, sem dúvida, será o Obama. Todos temos esperança que seja um líder de mudança na segurança social e na saúde, porque há milhões de norte-americanos sem seguro de saúde e ele está a garanti-los às pessoas", disse.
Em Connecticut, os portugueses "dividem-se no sentido de voto: partilham os ideais do Partido Democrata, mas por vezes, em questões pontuais, há um pequeno núcleo de portugueses que adere e alinha pelos ideais republicanos", disse à Lusa o conselheiro Manuel Carrelo, 55 anos.
De acordo com o conselheiro, a residir há 16 anos nos Estados Unidos, "devido à crise vai ser muito difícil pensar republicano nas eleições de Novembro".
Por isso, considera que Barack Obama é o candidato ideal para a Casa Branca.
A Agência Lusa tentou falar também com o conselheiro José João Morais, mas não foi possível.
O Conselho das Comunidades Portuguesas é o órgão de consulta do Governo em matéria de emigração.
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